Um presente, de coração


Adoro dar presentes. Adoro imaginar o que aquela pessoa gostaria de ganhar, o que tocaria seu coração, o que lhe agradaria ou lhe ajudaria de alguma forma, e depois, a expressão que essa pessoa faria quando recebesse aquele presente. É como ler a alma de alguém. Acho até que sinto mais prazer escolhendo um presente do que recebendo um.

Mas há uma pessoa em especial que não precisa dessa minha leitura, e por quem cultivo um hábito a bastante tempo: eu mesma.

Todos os anos, no meu aniversário, me dou um bom presente, daqueles que poucas pessoas me dariam. Comecei esse hábito quando recebi o primeiro dinheiro que consegui por conta própria, e achei que eu merecia esse mimo.

A melhor coisa de você mesmo se presentear é saber que dificilmente haverá erro. A satisfação e a utilidade estão garantidas. É verdade que faz falta o gostinho da surpresa, e aquela coceirinha na mão direita que sempre acontece quando alguém esta escolhendo algo para você. Por outro lado, mimar-se é tão gostoso quanto ser mimado por outra pessoa.

Mas não pensem que estou falando de presentes caros, embora alguns tenham sido realmente. Meus auto-presentes são cuidadosamente escolhidos principalmente para meu coração, não apenas para minha aparência ou meu conforto material. Pensei nisso quando comprei a trilha sonora de um filme que marcou uma das fases mais especiais da minha vida, quando comprei uma roupa que me deixava parecida com minha mãe aos 25 anos, quando paguei uma mega-hidratação nos cabelos que me deixou com cara de garota de comercial de shampoo, quando comprei um estojo incrível de lápis de cor, e até mesmo quando me privei de um presente material, mas me obriguei a rever minhas atitudes e mudar muitas coisas em minha vida.

Pensando bem, preciso corrigir algo que mencionei antes. Eu sempre leio minha alma quando me presenteio, e algumas vezes descubro coisas que nem eu mesma sabia. Por tudo isso, quero me agradecer e me abraçar carinhosamente, porque sei que foi tudo por amor.

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