Coisas que me inspiram
Bolo
De todos os sabores e combinações, mas de preferência sem cobertura. Apenas bolo.
O que me agrada no bolo "puro" não é só o sabor, mas a consistência, o cheiro, a cor. Bolo me dá a sensação de conforto, de intimidade, de cumplicidade. Bolo com café, então, é a melhor forma de começar o dia! Eu fecho os olhos para saborear um pedaço de bolo recém saído do forno como um enólogo faria para degustar um bom vinho, ou um violoncelista faria para afinar seu Stradivarius.
Sim, eu sou bololátra, não só por hoje.
Chuva Fina
Já falei tantas vezes, aqui mesmo, o quanto uma chuvinha rápida me inspira. Eu chego a dançar dentro de casa quando o dia amanhece orvalhado. Acho que essa sensação vem do fato de ser sertaneja, e ter crescido vendo a alegria estampada nos rostos quando o inverno chegava. Para o sertanejo, "céu bonito" é o mesmo que céu nublado.
Mas essa chuva que me inspira não é apenas água caindo do céu. A inspiração vem do conjunto da obra.
Mentalizem essa situação: dia claro, árvores frondosas, pássaros cantando, casa limpa, cheiro de pão quente, roupa gostosa, e uma chuva fina e rápida vem apenas para deixar a temperatura amena, e o verde das árvores mais intenso, e os pássaros mais empolgados, e o piso da casa perfeito para andar descalço, e cheiro do pão mais envolvente, e a sensação da roupa no corpo mais íntima. É como se o céu, amante da terra, acordasse ao seu lado e lhe desse um beijo molhado de bom dia.
Desenho
Adoro desenhar, adoro lápis de cores, pincéis, papéis coloridos, tintas, moldes, telas. Quando criança eu costumava passar horas no meu quarto, desenhando personagens de historinhas que me vinham à cabeça. Mantenho esse hábito até hoje, talvez não com a mesma imaginação de antes, mas certamente com a mesma empolgação. Sei que não tenho o talento dos desenhistas profissionais, nem de longe meus desenhos poderiam ser expostos para admiração, e nunca tive essa pretensão. Meus desenhos são mágicos para mim porque têm enredos atrelados a eles, e eu viajo para a Terra do Nunca quando os faço.
Desenhar é como escrever numa outra língua, e conseguir contar histórias belíssimas apenas no esboço de um rosto, ou de uma paisagem. Um desenho pode conter tanta coisa impossível de verbalizar. Eu já dei desenhos de presente porque achei que nada poderia expressar mais os meus sentimentos do que aqueles traços. Talvez a pessoa sequer tenha entendido meu dialeto, mas eu sei que há muita coisa dita ali, e com certeza me diverti e me inspirei muito com o simples fato de me expressar com meus rabiscos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário