O Corpo e a Mente - Parte 2

Antes de mais nada, quero esclarecer que não vou à academia pra parecer uma das cachorras do momento. Eu vou pra poder comer mais sem peso na consciência, e pra não dar vexame se precisar correr de um enxame de abelhas.


Eu não critico quem quer ser cachorra, mas eu prefiro ser gatinha. ;)

Particularmente, acho que toda pessoa preguiçosa como eu, quando entra na academia, já deveria perder uns dois quilos só pela intenção. Aquilo tudo é surreal demais pra mim. Se eu encontrasse pelos menos duas pessoas de porte atlético que concordassem em público comigo, diria que aquilo é coisa de gente perturbada. É preciso duas pessoas para que as chances de um vigoréxico me linchar diminuam.

Mas se reclamar resolvesse problema, todos os desejos do mundo seriam resolvidos, e haveria situações de deadlock insolúveis. Imaginem o que seria do Oriente Médio e dos campeonatos de futebol? Por isso alguém tem que ser sacrificado em favor da ordem mundial, e pelo jeito eu não vou conseguir que alguém assuma a minha parte. Então, fui ao sacrifício espontaneamente. Contrariada, mas fui.

Mas voltando à comparação com uma câmara dos horrores: Chego eu ao recinto me sentindo muito esquisita com aquela roupa. Cá pra nós, tem coisa mais extremista que roupa de ginástica? Quem está com tudo em cima deixa isso claro pra todo mundo, mas quem está mais ou menos deixa todo mundo achando que você já passou do ponto faz tempo. É praticamente impossível não perder uns 3 pontos na escala de formosura com aquelas camisetas velhas e tênis com meia soquete, e não adianta querer usar as roupas das pessoas com tudo em cima, porque o déficit aumenta e você ainda paga mico.

Falando em formosura, também não consigo entender como alguém pode paquerar numa academia. Me parece o lugar mais broxante DO MUNDO!! Aquele monte de gente descabelada, suada, usando camiseta velha e fazendo careta. É uma espécie de contra-azaração, onde você desconstrói sua imagem para chamar a atenção. E se a figura estiver usando uma camiseta preta e suada, então é praticamente um lance escatológico. Particularmente, se alguém tiver o desplante de me cantar numa academia, sou capaz de chamá-lo de vigor-psicopata, de tarado-aeróbico. Tem doido pra tudo nesse mundo.

Mas passado o desconforto inicial, olho aquelas máquinas esquisitas e me pergunto: seriam essas parafernálias inspiradas nas inquisições da idade média? Bruxas e filósofos seriam obrigados a puxar ferro, sem alongamento inicial, e supervisionados por instrutores usando máscaras e machados?
Só pra exemplificar, tem uma tal de "Flexora Deitada" que quase me mata. Eu saí de lá achando que até meu nariz ficaria musculoso, mas descobri, para minha total decepção, que só a parte posterior da coxa era afetada. Eu me senti como se tivesse investido todas as minhas economias num triplex com vista pra o mar, mas o dono da construtora fugiu com meu dinheiro pras ilhas Cayman.


Se você não tem medo desse trambolho, então você já perdeu a sensibilidade das pernas.

Em outra ocasião, fui toda cheia de pose para a "Abdutora", e cheia de mim fiz 3 series de 15! Pude jurar que meus músculos gritavam "This is Spartaaaaa!!!", enquanto eu me tremia toda pra movimentar aquele peso. Mas logo em seguida veio uma baixinha invocada, que mal podia alcançar meu ombro, e levantou 10Kg a mais do que eu, sem nem contorcer o nariz. Meu mundo caiu. Tive vontade de me jogar em baixo de uma bicicleta ergométrica, a 65Km/h com carga 5.

Mas não posso ser injusta, porque até que estou gostando da academia. De fato, tem doido pra tudo nesse mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dou um mês para vc começar a postar sobre as magavilhas do açaí e os melhores lugares pra comprar suplemento! =P

E mais dois meses para frequentar conosco o "Vigoréxicos Anônimos", hehe.
Bjo!