Adeus Chato Velho, Feliz Chato Novo

Sempre que as festas de fim de ano chegam, eu me sinto impelida e festejar, mas quase sempre me deparo com aquela letargia parecida com a de fim de férias ou a de um trabalho exaustivo. E por mais que eu tente, é a retrospectiva do ano que se vai que mais ocupa minha mente. Isso me deprime, porque me faz pensar no que eu poderia ter feito de diferente caso tivesse idéia do que estaria por vir. Não que eu lamente (constantemente) os atos passados, ou me martirize imaginando o que poderia ter sido de outra forma, mas por aquela vontade de me antecipar, e também, claro, de me proteger do que o destino me reserva. Além disso, aquele estresse detestável que aplaca todos. Poxa, por que o fim de um ano tem que ser tão agoniante? Por que precisam matar perus (aves completamente indiscretas), fazerem veados voarem, lotarem os shoppings e os bares, inventarem mil e uma mandingas pra dar sorte, e exibirem centenas de especiais de TV que contam a mesma historia? Por que o ano simplesmente não morre serenamente, sem todo aquele alvoroço? Parece morte de pobre escandaloso.

E depois que o pobre escandaloso se vai, chega o ano novo. E aí, mais parece rico esnobe com depressão pós-parto. Os primeiros dias de cada ano estão sempre cheios de mormaço, as pessoas parecem ressacadas, e toda aquela produção de fim de ano detonou o seu cabelo. Nossa, e como está quente, e como o relógio está lento, e como estou chata e molenga!!

Mas não achem que isso é algo extraordinário, porque eu tenho essa mesma sensação todos os anos. Esse é um dos meus banzos de estimação, que eu interpreto como uma pane geral, seguida de uma interrupção no sistema, necessários para que eu reinicie a produção de energia. Por isso tudo demora a acontecer entre os meses de dezembro e janeiro (incluindo esse texto, que foi iniciado antes do Natal). Eu travo.

P.S.: E nem adianta virem me falar de esperança e renovação. Só haverá esperança quando eu terminar de pagar minhas contas, e renovação quando eu tiver minha fantasia de carnaval. E viva o mal-humor.

P.S2: Tenho a impressão de que já ouvi dizer que mal-humorados assumidos são até interessantes. São?

2 comentários:

Anônimo disse...

"P.S.: E nem adianta virem me falar de esperança e renovação."

Pode deixar que eu num falo não, eu e a torcida do Santa Cruz também estamos todos arretados.

"P.S2: Tenho a impressão de que já ouvi dizer que mal-humorados assumidos são até interessantes. São?"

Não, heheh! Mas eu tô arretada demais pra me preocupar se eu tô interessante. =p

Patrícia Muniz disse...

poxa Nivix, eu nunca de te vi arretada assim!! :(
Fica assim nao. :((
O ano vai ser bom. Pense na esperanca e na renovacao.