Amar é...

comentei aqui que a Marla de Queiroz consegue verbalizar muito do que sinto, porque escreve com intensidade e leveza ao mesmo tempo, e porque transborda todos seus sentimentos com facilidade. Hoje li mais um de seus textos, e mais uma vez encontrei, segundo suas próprias palavras, algo que "representa o tipo de relação que estou disposta a viver".

E me detendo a alguns trechos espaçados, pensei muito no que eu considero um amor sincero. Não me refiro apenas ao amor entre um homem e uma mulher, mas também ao amor entre pais e filhos, irmãos, e amigos.

"... Amar você é descobrir que alguns mergulhos são desnecessários, que algumas coisas existem para se conhecer só na superfície, dispensando dicionários, porque elas são simplesmente aquela estrada rasa feita pra se caminhar por cima e a esmo."

"... É poder ouvir exatamente o que foi dito sem procurar uma mensagem oculta, uma palavra mágica dissolvida no contexto ou outros indícios. É respeitar tuas vontades, tua inconstância, tuas dificuldades. É saber que uma meia-verdade pode ser a verdade mais sincera de cada um..."

"... É não deixar que nada corrompa nossas essências, porque nos queremos melhorar para o mundo, porque queremos embelezar nosso universo, porque queremos ser além das aparências."

"... É falar de amor usando a metáfora mais inocente. É também experimentar a simplicidade com que tudo pode ser vivido, até àquela hora em que o desejo dorme..."

Porque quando amamos com sinceridade dispensamos aquelas complicações que algumas pessoas fazem para transparecer algo maior do que realmente é, ou diminuir aquilo que nos preenche tanto, querendo negar a sua importância. Quando amamos, acho eu, simplificamos, não para os outros, mas para nós mesmos.

"... É saber que cada passo que dou será na direção que escolhi e que só terei o conforto da sua companhia se, por acaso, quiser seguir o mesmo rumo."

"... Amar você é amar aquilo que, de outra forma, jamais faria sentido: é abraçar teu passado, teus traumas, teus vazios, tuas confusões e angústias existenciais como quem abraça a um amigo. É agradecer profundamente, ao acordar, por esta pessoa inteira, que jamais será uma metade e que me escolheu para a soma, e que com todas as alternativas que teve, preferiu seguir comigo."

Finalmente, porque um amor sincero aceita o aceitável, discute o discutível, pondera o ponderável, e não se abala com isso. Não há condições, apenas escolhas. Um amor sincero não vê obstáculos para estar ao lado de quem ama. Se é bem vindo, simplesmente fica, e não se sente intruso.

A partir daí, não é preciso mais teorizar, metaforizar, elocubrar. Apenas amar.

Eu recomendo que leiam esse texto tantas vezes quanto necessário, apenas mentalizando um amor diferente: de um(a) namorado(a), de um irmão, pai, mãe, filho ou amigo.
O texto completo está aqui.

Nenhum comentário: