O lado ruim da coisa boa

Para algumas pessoas, início de namoro é como uma entrega desconfiada.
É como se um estranho se aproximasse de você, te tocasse, invadisse teu espaço, tua rotina. E você curte tudo isso, mas ao mesmo tempo você se arma contra esse invasor, pronta para atacá-lo caso ele ouse destruir sua fortaleza. Para algumas pessoas, início de namoro é como um Cavalo de Tróia.

Não quero dizer que isso seja de todo ruim, porque para mim, início de namoro também é jogo de sedução. Mas nem sempre esse jogo surte o efeito desejado se uma das partes leva a importância do seu espaço muito a sério, e cria barreiras para a sua aproximação, como se entregar-se a alguém fosse um fardo insuportável, que vai extinguir seu direito de ir e vir.

Se for pra jogar, eu prefiro outras modalidades, não essa.

Namoro bom é namoro a dois, onde você abre espaço na sua agenda e deseja que o outro esteja lá, ocupando seu tempo, bagunçando suas idéias, e calibrando a máquina. Às vezes não te sobra tempo na agenda, mas isso não impede que você deseje a presença do outro, e demonstre isso. E é incrível como o tempo livre sempre aparece. Aceitar a presença do outro em sua vida não significa formalizar uma união estável ou declarar um amor platônico, significa apenas que duas pessoas podem estar se divertindo. Se não pode ser tão simples, então simplifique, e siga seu caminho.

A individualidade é importante para nos conhecermos, mas algumas vezes é a partilha que nos mostra o melhor que há dentro de nós.

2 comentários:

Nancy Lyra disse...

Concordo com tudo, tudo! Tão bom ficar juntinho, dar carinho, abraços e beijinhos... Sentir-se com 15 anos, ter um sorriso bobo estampado no rosto, achar graça das piadas manjadas, sentir faltar o ar apenas ao lembrar do primeiro beijo, do nervoso que dá quando o telefone toca e sim... é ele ligando. Ain... deixa eu parar.

E o bom disso tudo aos (quase)30 anos é que, por incrível que pareça, a maturidade e a experiência são inimigas da pressa. Tudo construído com lentidão, curtindo o que se chama de "felicidade conta gotas". Sem se preocupar com o tempo ou a falta dele.

Se às vezes a nossa fortaleza parece estar ameaçada, melhor sossegar e entregar-se por mais um dia. Não esquecer que correr riscos é válido e mexe com nossos hormônios.

Patrícia Muniz disse...

poxa Nancy, voce resumiu bem o que eu queria dizer.

Por que simplesmente nao curtir, né? Sem neuras, nem mesmo a neura da sedução, que é tão comum no início das relações.

"Tudo construído com lentidão, curtindo o que se chama de felicidade conta gotas"
:)