O Eixo


Sentada aqui, depois de ler alguns emails e notícias descartáveis, me veio aquela sensação estranha de que o tempo parara em algum momento, e só eu ainda não havia percebido. Simplesmente o mundo havia parado de girar, e eu continuava alheia, imersa em meu cotidiano, enquanto todos esperavam que eu me desse conta e fizesse o que os demais estavam fazendo: observar ao redor, constatar o quanto a vida é efêmera, o quanto somos idiotas, e o quanto precisamos mudar de vez em quando.

Não sei porque nossa mente nos prega essa peça. Talvez seja cansaço, talvez seja preguiça, ou talvez seja a vontade de parar tudo e reiniciar de outra forma.

Preferi analisar a ultima opção, porque me empolgam os recomeços. Não aqueles recomeços dolorosos e repetitivos, que nos levam ao ponto inicial de uma mesma história, mas aqueles que nos mostram uma nova forma de pensar, de agir e de sentir. Aqueles recomeços que nos fazem pular para fora de um eixo, e nos inserem em outro eixo, em outra perspectiva, em outra vida. Se serão melhores ou piores que os anteriores, quem sabe? O que importa é que ocorram, que nos balancem, que nos modifiquem.
Seja uma guinada, ou uma estocada, o importante é que contribuam para nosso amadurecimento emocional. E se não chegarem a tanto, que pelo menos contribuam para que o eixo não pare de girar.

Um comentário:

Anônimo disse...

E,
assim, passamos de expectadores, a autores de nossas vidas, construindo novos roteiros e vivendo cada cena, com a magia e o encantamento de que só quem está VIVO, pode saber o que significa...