Como eu gosto de música clássica

Uma pessoa muito querida me ensinou a gostar de música clássica, mas não só do estilo musical. Essa pessoa, sem saber, me ensinou a gostar de algo do jeito que eu gosto de gostar de algo: a coisa gostada e o contexto em que ela está inserida.

Quanto a estilos musicais, eu gosto de forró pé-de-serra em fim de tarde e com muita gente gargalhando ao meu redor, de aboio quando vejo os vaqueiros do sertão usando o jibão de couro como armaduras de heróicos cavaleiros, de bossa quando os amigos se reúnem pra bater papo displicentemente, e de soul quando estou apaixonada por alguém ou simplesmente pela vida, e por aí vai.

Então essa pessoa me convidou para conhecer o mundo da música clássica, e me dizia: Você sente a vibração? O autor estava sofrendo quando compôs esta sinfonia; Seu coração não acelera? É a história de uma paixão incontrolável; Veja quanta pompa para celebrar a chegada da rainha; Percebeu como os acordes são suaves? É para parecerem com os movimentos de um cisne. E esta outra é o vôo de um besouro. A partir daquele momento havia uma tela de cinema projetada nos meus ouvidos, e meu coração se acelerava no ritmo da própria música, conforme a história era contada. E meus ouvidos pareciam enxergar um mundo novo, porque cada melodia contava uma história repleta de detalhes, com personagens e paisagens ricamente descritas.

Eu gosto de música clássica quando paro para admirar as obras de Deus através da inspiração dos homens. É assim que eu gosto de ouvir música clássica.



Esta é uma cena do filme “Minha Amada Imortal”, que conta uma das versões para a vida de Ludwig Von Beethoven.

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