Dança comigo?

Eu adoro shows com performances caricaturais, daquelas que te deixam mais feliz por ter presenciado a cena do que pela própria música. Reginaldo Rossi, Capim Cubano e Calypso são meus preferidos. O vocalista de Capim Cubano é ótimo. Aquelas maracas e aquela cara de "bandolero" me transportam pra uma festa de arromba no México, com direito a arriba muchachos e garrafadas na cabeça. Depois que descobri que as maracas são vazias, e estão lá só pra incrementar o número, então eu passei a curtir mais ainda a banda. Afinal o intuito é mesmo ser caricatural. Hay que sea falso, pero sin perder la ternura jamás.



Já os shows de rock me deixam sei jeito. Eu não sei onde colocar as mãos, e fico lutando com movimentos desconexos entre braços e ombros. Me sinto uma discípula de Coisinha de Jesus. Existe também a saída de tentar aqueles chutes e socos em quem passa pela frente, mas eu definitivamente não conseguiria aplicar uma voadora num desconhecido, assim, só porque a música ta tocando. Aliás, uma voadora aplicada por mim deve ser uma cena horrível de se ver. Talvez eu precisasse de um grito de guerra antes de iniciar o movimento. Algo como "Viva la Revolución!!". Fiquei encabulada só de pensar.

Mas eu gosto mesmo é de som de barzinho. Você começa pedindo uma porção de fritas e uma cerveja, e discutindo o sentido das coisas com os amigos. As músicas vão te despertando sensações das mais variadas, desde uma dor de cotovelo por um relacionamento rompido, ate uma dor na consciência por outro relacionamento rompido. As piadas rolam soltas, e pelo menos uma vez na noite você tem uma crise de riso. Às vezes bate até uma angústia depois de rir tanto. Finalmente a noite acaba com uma baita vontade de chorar e o cabelo cheirando a fumaça. No dia seguinte você acorda renovada, como se tivesse chegado de uma sessão de descarrego com música ao vivo.

(copiado do antigo blog, escrito em 20 de agosto de 2007 9:34)

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